Feliz aquele dia 27 de Novembro de 2020, em que, com a Graça de Deus, completou 101 anos, cheio de saúde e sempre senhor de si mesmo, na companhia da distinta e numerosa família que construiu, moldou e inspirou no exemplo da sua admirável vida!
Para assinalar esta data, um grupo de conterrâneos e amigos, de forma espontânea e em boa hora, achou por bem organizar uma homenagem ao senhor Mário da Farmácia, nome pelo qual todos o conhecemos e que tão bem sintetiza e simboliza a sua faceta e percurso profissional e a sua ação e função na nossa terra, em que foi, claramente, mais e mais além do que farmacêutico.
Este tributo pretendeu ser um oportuno, justo e mais do que merecido agradecimento público, pela forma peculiar e admirável como o senhor Mário da Farmácia, durante mais de seis décadas, exerceu e ainda exerce o seu ofício.
A verdade é que, não obstante ter sido essa a forma que escolheu de ganhar a sua vida, também ganhou e granjeou o nosso grande respeito, a admiração geral e o nosso profundo reconhecimento.
Importou, assim e mais concretamente, sublinhar e realçar a sua pronta e constante disponibilidade e repetida generosidade para atender, para cuidar e tratar, para socorrer e suturar, fosse na farmácia ou no domicílio e até para medicar e aconselhar, sempre franco, decidido e seguro de si, mas também com a humildade e a sensatez de saber até onde podia ir.
Assim foi o senhor Mário da Farmácia, em especial quando os serviços de saúde eram quase inexistentes e sempre sem distinguir posses nem condições sociais, nunca negando os cuidados ou os remédios a quem não os podia pagar logo ou até, simplesmente, não os podia mesmo pagar…
Este foi o seu exemplo, este foi o bem que o senhor Mário da Farmácia fez a tanta gente de Alvarenga, desde os tempos em que fazia dupla com o Dr. Brito até aos dias, mais recentes, em que o Sr. Adriano era o seu braço direito.
Não sendo, infelizmente e devido a estes difíceis tempos de pandemia, possível fazer esta homenagem presencialmente, como se impunha e com todos aqueles que, certamente, não iriam faltar e encher o Largo de Trancoso, pensou-se, então, numa forma possível e alternatIva de a concretizar , sem abdicar de toda a dignidade que haveria de ter.
O recurso às chamadas redes sociais foi essa alternativa para divulgar o que estava em mente e espalhar a notícia que correu, célere, entre aqueles que as frequentam. Estes contaram a outros e outros e foi conseguido, em grande medida e com toda a naturalidade, este intuito, sem, contudo, ser excluída a hipótese de não ter sido dada a conhecer esta iniciativa de tributo a todos aqueles que nela poderiam e queriam tomar parte.
O resultado está consignado numa simples, mas preciosa encadernação, em que estão guardadas, para o presente e para a posteridade, as centenas de nomes, mensagens, dedicatórias e testemunhos, de tantos e tantos conterrâneos, mas também de outras paragens de perto e de longe, de familiares, de amigos e descendentes de amigos, de mais novos e de mais velhos.
Todos eles, sem qualquer favor ou enfado e sem ser preciso a mais pequena insistência, aderiram e juntaram-se, também de forma imediata, genuína e entusiasta a esta iniciativa, enriquecendo-a no significado da gratidão e engrandecendo-a em dimensão e em emoção.
Estes valiosíssimos contributos são, em si mesmos, a razão de ser da homenagem e, ao mesmo tempo, a própria homenagem.
Trata-se, sem dúvida, dum tesouro que o senhor Mário da Farmácia acabou por criar e fermentar, simplesmente ao ser o homem inspirador deste inadiável e sentido preito, por tudo aquilo que realmente fez e foi e, maravilhosamente, ainda faz e é.
A intenção consistiu, tão só, revelar este tesouro, retirá-lo da alma e da memória de todas estas gratas pessoas e gravá-lo naquelas páginas que, com todo o gosto e grande honra, naquele feliz dia, foi entregue ao senhor Mário da Farmácia, em singela mas muito emotiva cerimónia e que contou com a presença de todos os seus filhos vivos.
Por outro lado, na fachada da sua Farmácia Galvão, foi afixada uma placa de homenagem, onde está gravada a palavra chave cujo significado, tratando-se de honrar e distinguir o senhor Mário da Farmácia, faz todo o sentido: Gratidão.
O homenageado, com solenidade, descerrou-a e lá ficará, em nome de todos os que se uniram nesta unânime e grande manifestação de reconhecimento, também em nome dos que já cá não estão e, sobretudo, para que os vindouros possam conhecer o admirável e intemporal exemplo do senhor Mário da Farmácia.
O grupo organizador duma homenagem que é de todos os que nela participaram:
Ângela Botelho
Joana Castro
Afonso Botelho Vieira
António Costa
António Manuel Teles
José Artur P. Pereira
Jorge Galvão Nazaré
José Roldão
José Seixas
José Sousa
Rui Jorge Mendes

