Covid-19: Festas e Romarias em causa

Os efeitos da pandemia de Covid-19 fazem-se sentir em todos os setores. As milhares de festas e romarias são também vítimas do vírus. As bandas filarmónicas ficaram sem procissões, os foguetes deixaram de estalar nos céus, os conjunto e artistas não sobem ao palco e os carrosséis pararam as suas voltas frenéticas. Estes pedem agora apoios ao governo para fazer face aos problemas. As festas populares de junho (S. António, S. João e S. Pedro) não se realizam. Em Arouca ainda não há decisão sobre a mais emblemática das festas: a Feira das Colheitas.

Para combater a pandemia de Covid-19, que já causou mais de 267.000 mortos a nível mundial, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial. Portugal, onde já morreram mais de um milhar de pessoas devido à doença, provocada pelo novo coronavírus, entrou no penúltimo domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.

A incerteza da realização das tradicionais festas de verão leva muita gente ao desânimo. Deseja-se divertimento, seja nos santos populares ou nos bailaricos de aldeia. Mas ninguém sabe responder quais as iniciativas que poderão ainda avançar. Entretanto, o cancelamento da maioria já é uma realidade que se está a repercutir de diferentes formas na comunidade. Cancelado, suspenso, adiado, anulado, fechado tornaram-se palavras de ordem, deitando por terra os planos de festas e romarias, de agendas preenchidas, que trazem emigrantes às aldeias. Prepara-se, ao que tudo indica, um verão diferente. Se para a população em geral é uma tristeza, para os profissionais do setor constitui uma verdadeira tragédia, pelo menos a nível económico.

A maior das romarias não se realiza

Face ao panorama são já muitas as entidades e organismos a tomar a decisão de não realizar eventos festivos. A própria igreja católica já o fez. Como exemplo paradigmático, na passada semana os municípios do Alto Minho decidiram que não vão autorizar “qualquer licença para romarias, festas e eventos similares que decorram até final do mês de setembro”.

Com esta decisão tomada pelo Conselho da Comunidade Intermunicipal (CIM) Alto Minho, em reunião com autoridades de saúde, Segurança Social e Proteção Civil, ficam pelo caminho todas as festas, romarias e festivais, que todos os anos animam a região.

O ciclo de festividades no Alto Minho começa em maio com as festas das Rosas em Vila Franca e dos andores floridos em Alvarães e termina na primeira quinzena de setembro com a Festa da Bonança em Vila Praia de Âncora e as Feiras Novas de Ponte de Lima.

Sem efeito ficam todos os grandes eventos mobilizadores de multidões, em agosto, como a Romaria de Nossa Senhora d’Agonia, em Viana do Castelo (a maior romaria do país), e os festivais de música eletrónica NeoPop, de Vilar de Mouros e de Paredes de Coura.

E “considerando as orientações do Governo relativas à proibição de festivais e situações análogas até 30 de setembro e da Conferência Episcopal relativas ao adiamento de festas, romarias e outras atividades similares também até 30 de setembro”.

Ministra cria expetativas

Enquanto isso, a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, diz que a Direção-Geral da Saúde irá definir as regras exigidas para as festas de verão, assim como para alguns festivais e eventos culturais de menor dimensão e com lugares marcados.

Apesar do cancelamento de todos os festivais de música até 30 de setembro devido à pandemia, algumas festas e romarias terão condições para se realizar este verão. A garantia foi dada na passada sexta-feira pela ministra da Cultura, Graça Fonseca, em entrevista ao programa Você na TV, na TVI. “Nós vamos definir com a DGS quais são as regras que podem ser definidas. E se cumprirem essas regras quais [festas e romarias] é que se podem realizar”, afirmou a governante.

Expetativa em Arouca quanto à Feira das Colheitas

A Feira das Colheitas é um marco importante na vida da comunidade arouquense, não só do ponto de vista social, mas sobretudo económico. Prevista, como sempre, para o último fim de semana de setembro poderão existir condições para a sua realização, sobretudo face à abertura deixada pela Ministra da Cultura. A Câmara ainda não tomou qualquer decisão.

Por agora há já grande e acesa discussão nas redes sociais, com muitos arouquenses a defender a sua concretização.

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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