OPINIÃO | O estado do Estado das coisas…

Todos os dias centenas, diria mesmo milhares de arouquenses são confrontados com problemas básicos, que o tempo teima e quer fazer esquecer. Senão vejamos:

As Acessibilidades, alguém me diga, ou assinale qual a estrada do concelho Arouca que se encontra em bom estado de circulação? Enfim, desculpas e mais desculpas (ou é o tempo chuvoso, ou resultado dos incêndios, ou dos madeireiros, ou …ou…);

A famosa via estruturante que continua sem sair do papel e não passou de promessas, e que agora nem isso; não entendo como o povo de Arouca contínua impávido e sereno; talvez a experiência de se deslocar todos dias para fora de Arouca levasse à inconformidade e à acção.

Limpeza da floresta e das faixas de gestão de combustível, estamos em meados de junho, e naturalmente o estado e as entidades responsáveis, como exemplo “bons pais de família” e cumpridores, levaram a efeito a execução das políticas feitas nos gabinetes de Lisboa e portanto missão cumprida; é só observar toda a extensão da variante e da EN326, onde as árvores na zona de Nogueiró e Mansores já se tocam de forma “apaixonada” umas nas outras.

Limpeza das bermas das estradas (ervas, árvores, lixos), apetece-me fazer o jogo das diferenças (ano de eleições e um ano depois).

O ambiente, são raros os dias em que não são denunciadas situações na imprensa e não só, de descargas nos rios (Etar´s, particulares…); depósitos de inertes na floresta, e no próprio aterro público.

Saneamento, quantos arouquenses têm saneamento; quantas fossas estão a descarregar águas residuais para a natureza sem qualquer controlo; qual o custo anual dos arouquenses para limpeza e desobstrução e aspiração de fossas?

Água potável, onde está a Arouca com cerca de 200 pontos de recolha, onde as águas límpidas jorravam nos fontanários ou nas fontes das aldeias e que agora ou foram simplesmente cortadas ou sinalizadas “AGUA IMPRÓPRIA PARA CONSUMO HUMANO”.

Estes temas são estruturantes e não podem ser esquecidos, nem sair da agenda política, nem da mente dos arouquenses; tratam-se de necessidades básicas, que importam ser colmatadas.

Só existe desenvolvimento sustentável se as políticas forem orientadas e tiverem por base a criação de condições e qualidade de vida dos residentes. Não podemos governar ou porventura deixarmos assistir impávidos e serenos, e “assobiar para o lado”, como que estes assuntos não nos digam respeito. Certamente que quem irá pagar a factura das nossas decisões serão os nossos filhos e as gerações vindouras, temos portanto a obrigação de construir e almejar mais do que os nossos antepassados construíram ou pelo menos preservar e potenciar aquilo que de bom nos deixaram.

Texto de Vítor Carvalho

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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