“Iremos levar Arouca a um novo patamar de crescimento, de atratividade do território e de melhoria da qualidade de vida dos arouquenses”.

Quando corre um tempo crucial para a definição de cada um dos projetos políticos, a apresentar nas próximas eleições autárquicas, fomos ouvir Francisco Ferreira – o jovem líder da estrutura socialista arouquense. Obviamente que os fundamentos e propósitos para o PS se manter no poder estão evidenciados numa entrevista que também é retrospetiva.

Duas décadas a liderar

Discurso Directo – O Partido Socialista está há mais de duas décadas a liderar a Câmara Municipal. Em 2017 fará 24 anos. Que balanço faz de todo esse tempo?

Francisco Ferreira – Um balanço francamente positivo e creio que não sou só eu que o faço, mas também os arouquenses que, através do seu voto, ao longo destes 24 anos, têm reiteradamente confiado no Partido Socialista e no projeto que este tem para o nosso município. Sob a liderança do PS, Arouca tem conhecido uma transformação ímpar, com um impacto positivo na qualidade de vida dos arouquenses. Hoje, somos um exemplo para todo o país. Arouca cresceu e desenvolveu-se mantendo a sua identidade e singularidade, sem comprometer o equilíbrio das contas públicas. O crescimento e dinamismo que apresentamos, desde o Turismo, até à área industrial, passando pelo Desporto, pela cultura, etc., é um facto inequívoco que é destacado quer pelos arouquenses, quer por aqueles que não sendo arouquenses de nascimento, com o nosso município têm ligações familiares e ainda pelo número crescente de visitantes.

DD – Quais os aspetos que destaca da gestão de Artur Neves?

FF – Artur Neves é um visionário que soube posicionar Arouca como um município competitivo no contexto regional e mesmo nacional. Fazendo-se acompanhar de uma equipa competente e empenhada, o Eng.º Artur Neves soube ser um competente herdeiro da gestão do Dr. Zola. Aliás, o eng.º Artur Neves não só soube honrar esse legado da gestão, como, com ousadia e sabedoria, levou o município a um novo patamar de desenvolvimento, num contexto marcado por fortes adversidades económicas e de instabilidade governativa. O seu rigor na gestão autárquica, a par da sua capacidade de sonhar e concretizar, fizeram com que Arouca seja hoje um município dinâmico e atrativo, com uma elevada notoriedade a nível regional, nacional e até internacional.

A afirmação do PS e a expetativas para as autárquicas

DD – Em todos esses anos houve dificuldade em afirmar um militante do PS na primeira linha da ação política do Executivo. Há alguma razão para tal?

FF – Tal afirmação não corresponde à verdade. O Dr. Campelo, o professor Jorge Oliveira, o Eng.º Cruz são todos militantes do PS que integraram, usando a vossa expressão, a primeira linha da ação política do Executivo. Mas o importante não é saber se as pessoas têm um cartão de militante. No Partido Socialista, como partido plural que somos e acreditando que a diversidade é uma mais-valia, o que procuramos é pessoas competentes, empenhadas e comprometidas com Arouca e com os arouquenses, e que sejam incansáveis no seu trabalho para melhoria contínua da qualidade de vida de todos os que aqui vivem. A condição de militante importa, mas o essencial é a capacidade de produzir um bom trabalho. Escolhemos as pessoas por aquilo que elas valem e não pelo cartão de militante.

DD – O que está a ser feito para que o PS se mantenha na governação do município?

FF- O que está a ser feito é o que temos vindo a fazer nestes 24 anos: trabalhar de forma incansável na construção do nosso município, estando atentos às oportunidades que surgem, ou mesmo criando mesmo essas oportunidades, não baixando os braços perante as adversidades e ouvindo os Arouquenses para responder às suas necessidades e anseios. Para tal, continuamos a apostar numa equipa sólida, capaz e dedicada, que se renova, como é natural, mas que mantém como matriz fundamental a defesa indefetível de Arouca e dos Arouquenses.

DD – Que estratégia assume a sua Comissão Política inclusive na reconquista da Assembleia Municipal e Juntas de Freguesia?

FF – A estratégia é simples: é escolher para candidatos pessoas competentes, com provas dadas, que constituam equipas coesas e empenhadas em continuar este caminho de progresso e afirmação que o nosso município tem conhecido sob a liderança do Partido Socialista. Queremos assim candidatos fortes e com uma visão de futuro para as freguesias e que, trabalhando em parceria com a Câmara Municipal, promovam um desenvolvimento equilibrado e harmonioso do município.

Três mandatos depois, com o desenvolvimento e pujança que Arouca”

DD – É uma forte condicionante o Eng. Artur Neves não se poder candidatar?

FF – Há 12 anos, quando o Eng.º Neves se candidatou pela primeira vez à Câmara Municipal de Arouca estou certo que muitos pensaram que era uma forte condicionante o Dr. Zola não se recandidatar. Três mandatos depois, com o desenvolvimento e pujança que Arouca demonstra, fruto da liderança do Eng.º Artur Neves, se voltássemos atrás, ninguém certamente colocaria a questão já nesses termos. Assim, e tal como o Eng.º Artur Neves o fez, estamos certos que se o Partido Socialista continuar a merecer a confiança dos arouquenses para liderar a Câmara, como assim o esperamos, iremos não só manter este rumo, mas iremos levar Arouca a um novo patamar de crescimento, de atratividade do território e de melhoria da qualidade de vida dos arouquenses.

DD – O PS já tem candidato?… Confirma o nome que tem vindo a ser anunciado: a vice-presidente, Margarida Belém?

FF – O PS Arouca aprovou o seu candidato, por unanimidade, em reunião de Comissão Política, em Setembro. Foi também definido um calendário de trabalho, que temos vindo a seguir. Nestes tempos em que tudo parece instantâneo e efémero, em que se vive a um ritmo frenético e muitas vezes sem espaço para a reflexão e ponderação tão necessária como nos tempos desafiantes em que vivemos, estamos a trabalhar com seriedade e tranquilidade e anunciaremos o nome do candidato oportunamente.

Convergência de pontos de vista”

DD – É também autarca sendo membro da Assembleia Municipal. Tem por isso uma visão muito próximo do trabalho daquele órgão. Como vê a ação do PS e, já agora, das outras bancadas?

FF – Existe uma grande convergência de pontos de vista entre o executivo do Partido Socialista e os elementos da Assembleia Municipal do PS. Tal não impede que os membros da Assembleia eleitos pelo PS alertem, de forma livre, aberta e sempre que necessário, o Executivo para as situações que lhe merecem relevância. Sobre as restantes bancadas e no papel de oposição que assumem, constato, com alguma tristeza, diga-se que, nem sempre colocam os interesses dos arouquenses em primeiro lugar. Agem de forma tática em defesa dos seus interesses e não do bem comum. Veja-se a esse propósito o caso de um dos elementos do CDS que, ao longo deste mandato, tem aparecido sempre demasiado colado ao PSD.

Ainda a Variante

DD – O que falhou para que até ao momento a principal obra (via estruturante) não esteja ainda concluída? Que responsabilidade pode ser assacada à autarquia?

FF – Conforme é sobejamente conhecido, a Via Estruturante é da responsabilidade do Estado. Aliás, fosse da responsabilidade da Câmara e dada a excelente saúde financeira do município, já a obra estaria concluída. À autarquia compete assim trabalhar junto dos decisores políticos para que esta possa ser concretizada. Assim, a Câmara, desde o início do processo, ainda com o Dr. Zola, na primeira fase da Via Estruturante, tem feito o que lhe compete: trabalhar de forma incansável, conforme referi, junto do Governo, independentemente da cor política do mesmo, pela sua concretização. E nunca baixar os braços. Ou seja, o que a Câmara sempre fez e continua a fazer.

DD – O que pode e deve ser feito para que Arouca recupere a população perdida? O que pode e deve fazer para fixar os jovens?

FF- A estratégia para fixar e/ou recuperar população, nomeadamente os jovens, faz parte de um desenvolvimento mais global que tem vindo a ser fomentado pelo Executivo Municipal, que ao atrair o investimento, cria postos de trabalho, cria condições para que haja condições estáveis para a fixação de pessoas. Assim, temos vindo a construir uma Arouca mais atrativa, mais inovadora e empreendedora, mas esta é uma estratégia de médio/longo prazo, levando tempo para se terem resultados consolidados na fixação da população.

Investimento no turismo: “um elevado retorno”

DD – Considera que os investimentos no setor do turismo estão a ter retorno?

FF – Estes investimentos têm tido um elevado retorno, não só económico, mas também ao nível da notoriedade e conhecimento de Arouca a nível regional e nacional. Têm sido fundamentais para manter o território vivo e dinâmico como o temos sentido, com um número recorde de visitantes e com impacto na economia local. Os eventos âncora que a Câmara tem vindo a organizar, a aposta nas infraestruturas turísticas, sendo os Passadiços do Paiva o seu exemplo mais significativo, enquadrados pela estratégia do Arouca Geopark e em concertação com os agentes do setor, levam a que os arouquenses comentem e reconheçam que, ao contrário de outras terras, Arouca quase entope aos fins de semana, esgotando os restaurantes do nosso concelho.

DD – O que pode e deve fazer Arouca para ser um território competitivo sobretudo no contexto regional?

FF – Creio que queria dizer é: o que pode ser feito para Arouca ser um território ainda mais competitivo, pois Arouca já é um território competitivo. Podemos manter a orientação estratégica que o município tem vindo a seguir sob a liderança do Partido Socialista, e que tem dados bons e reconhecidos resultados. Vejam-se os números oficiais das exportações do concelho ou o já falado exemplo do turismo! Arouca deve continuar a saber manter a sua identidade no contexto regional e nacional, valorizando os seus recursos, deve continuar a criar condições para atrair investimento que potencie o desenvolvimento económico local e, por essa via, consiga fixar população, em particular os jovens.

sobre o autor
Ana Isabel Castro
Discurso Direto
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